72% dos brasileiros não estão engajados no trabalho: o que fazer?

equipe com as mãos unidas para ilustrar texto sobre engajados no trabalho

Um levantamento da organização internacional de pesquisas Gallup apontou um número alarmante: 72% dos trabalhadores não estão engajados no trabalho. Isso significa que, por inúmeros motivos, eles não sentem motivação para prosperar em suas organizações. 

Os dados ainda indicam que 59% dos trabalhadores ao redor do mundo estão fazendo o chamado “quiet quitting”. O conceito se popularizou no último ano, com a alta no estresse e o aumento dos casos de burnout. 

Traduzido livremente para “demissão silenciosa”, isso representa profissionais insatisfeitos com o ambiente de trabalho, que performam o mínimo necessário, enquanto buscam por oportunidades melhores. Outros 18% se definem como “loud quitting”, ou seja, ativamente desengajados com a organização, não se dedicando mais para atingir nenhum objetivo ou meta. 

Isso coloca um percentual de apenas 23% que considera que está prosperando no trabalho. Os adeptos da demissão silenciosa têm diversos motivos para agir dessa forma. Segundo a pesquisa, os três principais são:

1. Cultura: a principal reclamação é a falta de um ambiente positivo, que permita que os colaboradores se desenvolvam. Os participantes da pesquisa comentam que sua insatisfação vem, por exemplo, da falta de reconhecimento por seu trabalho, falta de autonomia e trabalho repetitivo, sem a possibilidade de aprender coisas novas. Alguns ainda comentam uma deliberada falta de respeito com sua atuação profissional. 

2. Salário e benefícios: o segundo ponto mais citado está relacionado a remuneração recebida, como salário adequado à quantidade de trabalho executada e proporcional ao cargo e tempo de experiência. Benefícios como subsídio para gasolina e creche e até bonificação de acordo com resultados alcançados também foram citados. 

3. Bem-estar: por fim, o terceiro ponto mais comentado pelos profissionais é a falta de atenção ao bem-estar, seja pela quantidade de horas-extra trabalhadas, seja o tempo adequado para fazer refeições e até a possibilidade de trabalho híbrido. 

Como engajar os profissionais?

Ainda segundo o estudo, um dos pontos que deve receber atenção é justamente o grupo da demissão silenciosa. Isso porque eles querem engajar-se com a empresa, porém não recebem incentivo para isso. Como, então, promover o engajamento dos colaboradores e reverter esse cenário? Confira:

Transforme a cultura

Nenhuma das ações que vamos citar a seguir funcionará se a empresa não estiver, de fato, disposta a mudar sua cultura. No Brasil, por mais que novas instituições e multinacionais tenham os colaboradores como peça central e dediquem tempo e esforço para apoiá-los, ainda contamos com muitas organizações menores que não veem a necessidade de trabalhar fortemente para o bem-estar das equipes.

Mas, como vimos acima, isso tem efeito direto na relação dos trabalhadores com sua profissão, e acaba por desmotivá-los. Além de perderem o desejo de investir em conhecimento profissional e se dedicarem a evoluir profissionalmente, as chances deles saírem e não se importarem com a busca por resultados aumenta. 

Valorize os profissionais

O relatório comenta que essa fatia de profissionais desengajados quer mudar esse cenário e só precisa de motivação. Eles precisam se sentir como parte integrante da organização, e ter consciência de que o trabalho que realizam, de fato, importa na empresa. Existem muitas formas de valorizar um colaborador e fazer com ele se sinta motivado:

  • Ofereça feedbacks construtivos: um bom líder deve ser honesto com sua equipe e, mesmo quando falar dos aspectos negativos, deve buscar formas de incentivá-los a melhorar. 
  • Reconheça suas contribuições: quando atingirem metas, ou concluírem uma tarefa difícil, saiba reconhecer e felicitá-lo. 
  • Respeite seu bem-estar: parece óbvio falar em respeito, mas a base de uma relação deve ser pautada em uma comunicação respeitosa. Não xingue, grite, desvalorize suas realizações e, escute-o com atenção quando algo não sair como esperado. 

Aposte em benefícios

Uma mudança cultural vai, invariavelmente, passar por transformações orçamentárias. É claro que a equipe financeira está sempre buscando soluções para aumentar os lucros, pagar as contas, e equilibrar as despesas, mas é preciso desenvolver uma estratégia que permita um aumento de salário gradual, ou benefícios específicos. Ouvir os colaboradores também é importante, já que as necessidades deles não são iguais.

Invista em treinamento e aperfeiçoamento profissional

Como mostramos, os profissionais querem aprender, desenvolver novas funções e ter um trabalho mais dinâmico. Oferecer treinamentos para que eles se envolvam com novas atividades aumentará seu engajamento e proporcionará uma inovação nas atividades rotineiras. 

Quando se trata de gestores e coordenadores, prepare-os para serem líderes, indicando o caminho que devem percorrer com suas equipes para se atentar a essas questões que reduzem o engajamento. 

Por fim, aposte em seu desenvolvimento profissional, incentivando e contribuindo com a realização de especializações, como uma pós-graduação EAD. Isso o tornará ainda mais qualificado e permitirá que ele utilize os novos conhecimentos em prol da organização. 

Ofereça um plano de carreira

Quando o profissional sente que está “no fim da linha”, ele também perde a motivação. Se não há mais para onde evoluir profissionalmente, as tarefas que realiza atualmente são o ápice, e assim ele perde o incentivo para buscar soluções inovadoras, se torna menos capaz de resolver problemas e entra na estatística dos profissionais não engajados no trabalho.

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