A inclusão é um tema cada vez mais em alta na sociedade, com reflexos também na força de trabalho. Por isso, é comum encontrar oportunidades com descrições específicas. Neste texto, vamos entender melhor o que significa PcD em vagas de emprego.
Profissionais com deficiências físicas e mentais geralmente ficam de fora das oportunidades de trabalho, mas é justamente a recorrência em tratar do tema que permite que esse cenário mude.
PcD e o mercado de trabalho
A sigla PcD significa “pessoa com deficiência” e, de acordo com o Estatuto da Pessoa com Deficiência engloba quem “tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial”.
Apesar das barreiras, porém, essas pessoas também são capacitadas a ocupar um espaço no mercado de trabalho, o que ainda não acontece em larga escala.
Segundo um estudo de 2021 realizado pela Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), a pedido do Ministério do Trabalho, esse grupo representa 1% das contratações em regime CLT no Brasil.
Em contrapartida, o grupo que se enquadra nessas características a partir de dois anos representa 8,9% da população nacional, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Para mudar esse cenário e garantir que PcDs tenham oportunidades, foi criada a lei de cotas em 1991, que define a obrigatoriedade da contratação de pessoas com deficiência nas empresas.
Regulamentada apenas em 2000, a lei define que as organizações devem destinar 2% a 5% das vagas para esse grupo, de acordo com a quantidade de funcionários. Assim, a partir de 100 colaboradores, ao menos 2% deve ser PcD, com o número aumentando proporcionalmente da seguinte forma:
- De 100 a 200 empregados: 2%
- De 201 a 500: 3%
- De 501 a 1000: 4%
- Acima de 1001 em diante: 5%
Caso não cumpra com a legislação, as empresas estão sujeitas ao pagamento de multas com valores que acumulam diariamente.
Com isso, durante o processo seletivo, as empresas costumam apontar na divulgação da vaga se esta é uma oportunidade adequada para pessoas com deficiência. Por isso, em geral as vagas são sinalizadas de forma a atrair este público.
Classificação das deficiências
É importante destacar que, quando isso acontece, a vaga é exclusiva para este grupo e quem não é considerado PcD não deve se candidatar. Entenda a classificação das deficiências a seguir:
- Deficiência física: quando existe alteração completa ou parcial de um, ou mais partes do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, como mobilidade, fala e coordenação.
- Deficiência auditiva: contempla pessoas que possuem perda parcial, bilateral ou total de audição;
- Deficiência visual: inclui pessoas com capacidade visual dificultada que não possa ser tratada com o uso de lentes ou cirurgia;
- Deficiência mental: quando a pessoa conta com padrões intelectuais significativamente abaixo da média ou possui limitações adaptativas, como comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, saúde e segurança;
- Deficiência múltipla: quando ocorre dois ou mais tipos de eficiência.
Como promover a inclusão no mercado de trabalho
Além de estar previsto na lei, promover a inclusão de pessoas com deficiência permite criar um ambiente mais humanizado e diverso. Segundo uma pesquisa da Organização Internacional do Trabalho, 87% das empresas desejam ser reconhecidas como uma organização que valoriza a diversidade.
Porém, quando isso é posto em prática, apenas 60% implementou programas que visam a inclusão. Antes de mais nada, é preciso entender que a inclusão implica em um processo ativo para promover a diversidade nas empresas, seja ela de gênero, étnica, social, religiosa, afetiva e também de PcDs. Entenda como começar a promover a inserção de grupos diversos no mercado de trabalho:
Mapeie a diversidade na empresa
O primeiro passo é compreender qual o cenário atual da organização. E isso também implica em reconhecer algumas verdades difíceis. Avalie com sinceridade o quadro de colaboradores e identifique se há diversidade em todos os níveis, incluindo as lideranças.
Estabeleça metas mensuráveis
Após a avaliação inicial, é preciso fazer um plano de ação para mudar o cenário. Para isso, é importante traçar metas a curto, médio e longo prazo, e seguir acompanhando essa evolução.
Treine as lideranças
Os líderes têm influência em seus times e devem servir de exemplo para o resto das pessoas. Por isso, a iniciativa deve partir deles, assim como as atitudes. Treiná-los para lidar com grupos distintos evitará falas discriminatórias e facilitará a integração com a equipe.
Além disso, quando o processo parte das lideranças é mais fácil transformá-lo em um aspecto da cultura organizacional. Assim, o olhar para a inclusão se torna intrínseco a todos.
Adapte a empresa
Especialmente quando se trata de PcDs, é necessário fazer adaptações físicas para acomodar com segurança e conforto os profissionais. Isso implica em reestruturações como a instalação de elevadores e rampas, além do treinamento em ferramentas específicas.
Comece com o processo seletivo
Ao abrir vaga para contratar novos colaboradores, tenha as metas de inclusão em mente e desenvolva um processo seletivo que se baseie nesse conceito. É possível, por exemplo, usar técnicas onde não se vê o nome, foto ou outras informações que podem criar um pré-julgamento. Além disso, crie oportunidades exclusivas para determinados grupos.
Saber o que significa PcD em vagas de emprego é o primeiro passo para estar apto a promover um ambiente mais inclusivo. E seguir se aperfeiçoando ao fazer uma pós-graduação EAD em 4 meses permite que os profissionais se aprofundem nesse assunto e promovam soluções inovadoras para a diversidade nas empresas.