Tomar decisões na carreira, especialmente se envolve aspectos pessoais, não é fácil. Mesmo com boa relação entre colegas, ou até se a empresa não oferecer oportunidades, se desligar de um emprego esse é um processo que deve ser feito corretamente para evitar que as portas se fechem. Portanto, neste texto vamos mostrar como pedir demissão por motivos pessoais.
Essa é uma decisão difícil, portanto deve ser avaliada com cuidado antes de iniciar o processo. Além do mais, é importante fazer isso em etapas, permitindo que a empresa se ajuste e evitando criar um clima negativo.
Afinal, mesmo que seja indispensável e a empresa faça uma contraproposta, motivos pessoais podem ser maiores do que isso, e essa comunicação deve ser delicada para garantir que os antigos empregadores o apoiem e possam, no futuro, oferecer referências profissionais.
Como pedir demissão por motivos pessoais?
São diversos os motivos que fazem uma pessoa pedir demissão, incluindo outras oportunidades profissionais que o permitirá crescer na carreira. Neste caso, quando a causa está relacionada ao trabalho, é possível até mesmo abrir espaço para negociações com a organização atual.
A empresa pode fazer uma contraproposta, a partir de motivações como melhores benefícios, horários flexíveis ou possibilidade de crescimento.
Há também motivos diretamente relacionados com a organização em que atua, como falta de alinhamento com a cultura, atritos com líderes ou outras pessoas, falta de motivação e ambiente organizacional negativo.
Nesses casos, é possível até mesmo, de forma branda e respeitosa, informar essas questões, caso exista a oportunidade de a empresa trabalhá-las para evitar a rotatividade do time.
Por fim, existem as questões de cunho pessoal, que também podem estar relacionadas aos temas acima, como burnout e problemas de saúde mental gerados por condições inadequadas de trabalho.
Os motivos pessoais também podem ser relacionados a um direcionamento de carreira, a percepção que pretende mudar de área, estudar algo novo. Ou ainda pode não estar relacionado a trabalho, mas sim a família, mudança de cidade, outros objetivos e desejos individuais.
Todas essas questões são válidas e, como falamos, devem ser avaliadas com cautela antes de tomar uma decisão. O ideal, quando a motivação é o crescimento profissional, é começar buscando outras vagas, investindo em cursos e especializações, como uma pós-graduação EAD, ou buscando uma nova graduação.
Questões financeiras e legais, incluindo os direitos de um profissional que se desliga voluntariamente da empresa, que são diferentes de quando a demissão parte da empresa. Tudo isso deve ser analisado e levado em consideração antes de finalmente tomar a decisão.
Mas, se depois dessas ponderações ainda esteja decidido, veja como proceder:
Faça um planejamento das atividades
A não ser que exista alguma urgência, como doença na família ou mudança repentina, o ideal é estabelecer um prazo para que a equipe se organize com as tarefas, e o RH comece um processo seletivo para a substituição do profissional.
Portanto, ao pedir demissão, faça um planejamento de possíveis prazos, considerando o tempo necessário para concluir atividades em andamento, e deixe as atividades documentadas, informando e até treinando colegas para assumirem seu papel, ainda que temporariamente.
Saiba a quem falar primeiro
Esse processo envolve algumas etapas, desde uma primeira conversa até comunicações mais formais e trâmites com o setor de Recursos Humanos. Mas tudo começa com a comunicação com o líder ou gestor direto, de preferência presencialmente.
A partir daí, o RH deve ser comunicado para seguir com a formalização do processo. Em geral, o colaborador precisa entregar uma carta de demissão, que pode ser simples, apenas protocolando o pedido.
Com a demissão iniciada, informe os colegas de equipe, seja pessoalmente, ou em uma comunicação geral por e-mail. Quem lida diretamente com clientes ainda precisa informá-lo, em conjunto com o líder e apontando um planejamento para que as atividades sigam em andamento sem imprevistos.
Seja sincero
Quanto aos motivos pessoais, não é necessário detalhar exatamente o que há por trás da decisão, mas é importante oferecer algum tipo de argumento. Portanto, fale a verdade, comente suas aspirações e o que o motivou a tomar a decisão.
Faça uma carta de demissão
Como falamos, essa é uma etapa formal e burocrática do processo, mas que precisa ser feita. Existem alguns modelos que podem ser aplicados, dependendo do que o profissional deseja comunicar.
A mensagem pode ser sucinta, apresentando a demissão formal, data até quando permanece e o cumprimento ou não do aviso prévio, ou mais extensa, deixando um agradecimento. Veja dois modelos:
Modelo 1
À [nome da empresa],
Venho por meio desta carta confirmar meu pedido de demissão do cargo de [inserir cargo atual na empresa].
Cumprirei o aviso prévio durante o período de [início do aviso prévio] até [data de fim do aviso prévio].
Local e data
Assinatura
Nome completo
Modelo 2
À [nome da empresa
Prezado [líder],
Por meio desta carta, informo formalmente meu pedido de demissão [inserir cargo atual na empresa].
Reitero meu agradecimento ao período em que trabalhei nesta companhia, e a todos os profissionais com quem pude colaborar neste período.
Cumprirei o aviso prévio durante o período de [início do aviso prévio] até [data de fim do aviso prévio].
Local e data
Assinatura
A maneira como pedir demissão por motivos pessoais, inclusive o conteúdo da carta, podem variar de acordo com o tipo de relação que tem com os colegas e o que foi pré-estabelecido, mas é importante fazer essa transição de forma a manter relações cordiais que podem trazer benefícios no futuro.