Elizabeth Blackwell: a primeira mulher a se formar em medicina

Elizabeth Blackwell nasceu em 3 de fevereiro de 1821, em Bristol, no Reino Unido. Elizabeth era filha de Samuel Blackwell, refinador de açúcar e sua esposa Hannah Blackwell e tinha mais 8 irmãos, sendo 2 mais novos e 6 mais velhos. Seu pai tinha uma visão liberal em relação ao mundo como um todo, tanto com a criação dos filhos, como com religião e ideologias sociais. Samuel era totalmente contra bater nos filhos em casos de mal comportamento. Somente quando um dos filhos se comportava mal repetidamente, Samuel adotava o castigo, colocando-o sentado no hall de entrada durante o jantar. Diferente da mentalidade da época, ele acreditava que os meninos e as meninas deviam ter as mesmas oportunidades e educação e estímulos para o seu total desenvolvimento.

 

Elizabeth Blackwell

Início da vida adulta

Em 1831, a família mudou-se para Cincinnati. Com problemas financeiros, a qualidade de vida da família Blackwell começou a decair com o passar dos anos. Para tentar encontrar uma saída, Anna, Marian e Elizabeth abriram uma escola, a The Cincinnati English and French Academy for Young Ladies, que oferecia todas as disciplinas necessárias para as crianças da época. Com o passar do tempo, a escola se tornou a principal fonte de renda da família.

Com o tempo, o preconceito da comunidade de Cincinnati com as práticas de Elizabeth levaram muitos pais a tirar suas filhas da escola da família, e em 1842 e elas passaram a dar aulas particulares. Após a morte de Samuel, Elizabeth começa a estudar medicina, com o desejo de se envolver na prática médica.

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O início da carreira como médica

Após 12 tentativas frustradas de ingressar na faculdade, Elizabeth foi finalmente aceita na Geneva Medical College, na zona rural de Nova York, em 1847. Na época, o Dr. Dean Lee era um dos professores responsáveis pelo processo de admissão dos estudantes à universidade e decidiu colocar em votação a entrada da jovem para os 150 homens que formavam o corpo discente da faculdade de Medicina, tendo como regra que se algum aluno votasse “não”, Elizabeth não poderia ingressar no curso.

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Porém, o que era para ser uma votação séria virou uma piada e todos os alunos acreditavam que o pedido de uma mulher para cursar Medicina era uma brincadeira. Com 100% de aprovação, Blackwell começou a frequentar as aulas, deixando muitos alunos resistentes e desconfortáveis em dividir a sala de aula com uma mulher.

Em 1849 Elizabeth reúne as melhores notas da turma, graduando-se em primeiro lugar da sua classe. Com o diploma em mãos, a recém-formada encontra-se de frente com o seu mais novo desafio: conseguir realizar atendimentos médicos. Além da dificuldade em se estabelecer em um hospital, ela tinha que lidar com o preconceito e a desconfiança de pacientes que não confiavam em sua habilidade profissional.

Então, encontrou uma saída melhor deixando a América e retornando à Europa, onde seguiu seu treinamento em hospitais de Londres e Paris. Apaixonada por obstetrícia cirúrgica, se formou na área na faculdade La Maternité, tendo que abandonar a profissão ainda jovem após contrair oftalmia purulenta, que lhe deixou sem a visão de um dos olhos.

Mesmo após a descoberta da doença, Blackwell seguiu firme na luta para conquistar a sua posição na área. Em 1857, ela retornou a Nova York e abriu a New York Infirmary for Indigent Women and Children (Enfermaria para Mulheres e Crianças), tendo como principal foco oferecer um atendimento médico de qualidade para pessoas pobres e principalmente dar oportunidades para mulheres médicas.

Em 1868, ela fundou a instituição de ensino Women’s Medical College e contribuiu para a formação de 364 médicas mulheres, dando aulas de ginecologia e obstetrícia nos 31 anos em que a instituição existiu.

Já com idade avançada e alguns problemas de saúde, Elizabeth continuou colaborando com a defesa da mulher escrevendo artigos relacionados à saúde, medicina e feminismo, o que lhe rendeu a publicação de livros e panfletos. Um dos mais famosos é o “Pioneer Work in Opening the Medical Profession to Woman”, publicado em 1985, em que a médica conta um pouco sobre seus incentivos, realizações e motivações na área.

Elizabeth faleceu em casa no dia 31 de maio de 1910, na Inglaterra, mas sua história permanece viva ao abrir as portas para que mais mulheres conquistem seu espaço.

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