Inovação na educação: como trazer novas abordagens na sala de aula?

Pesquisando a respeito do tema inovação dentro da sala de aula, me deparei com leituras e iniciativas bastante interessantes e promissoras, muitas delas testadas e colocadas em prática por todo o país e mundo, já com resultados relevantes.

Por isso, faço uma reflexão que considero importante: o mundo em que vivemos mudou, sim, e isso já sabíamos. O ponto crucial é a velocidade dessa mudança que não só ganhou muito mais força com o início de uma pandemia que – embora dê sinais de arrefecimento, não acabou ainda – nos obrigou a implementar e executar ações que demorariam, talvez, anos ainda.

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Neste contexto, a forma como nos relacionamos com o ambiente e as pessoas também passa por grandes e rápidas mudanças. A nossa comunicação foi impactada, assim como a forma que aprendemos. Ensinar nunca foi tarefa fácil, mas executar ações que impactem positivamente a aprendizagem de nossos alunos pode ser descrita como o grande desafio dos tempos atuais.

Em meio à pandemia, várias instituições de ensino não só adotaram, como passaram a fomentar massivamente o uso de tecnologias como smartphones, tablets, jogos online etc. para manter o interesse dos alunos no processo de aprendizagem. Contudo, isso trouxe desafios como contornar as distrações que essas mesmas tecnologias trazem para o ambiente de estudos. O desafio então passou a ser como manter o aluno focado na pesquisa na internet sem que este acesse redes sociais ou engaje na troca de mensagens com amigos, por exemplo. Ensinar ao aluno sobre o uso consciente das tecnologias passa a ser uma premissa neste novo cenário.

Mergulhamos no digital de tal forma, e tão rapidamente, neste último ano e meio, que falar sobre práticas inovadoras se tornou uma discussão recorrente num contexto em que as profissões passam a exigir cada vez mais conhecimento e capacidade de reflexão, assim como a proposição de soluções para os nossos problemas. É para isso que o estudante, principalmente, o de ensino superior, precisa estar preparado.

As temidas avaliações, os exercícios – muitas vezes, repetitivos – são importantes no contexto de formação, mas não são os únicos meios capazes de desenvolver o aluno deste século XXI. Tanto a vida como o mercado de trabalho exigem competências e habilidades para as quais não somos preparados durante o ensino tradicional.

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Pensando nisso, um caminho é a adoção de meios de aprendizagem mais flexíveis e amplos que possam contribuir para o desenvolvimento de competências socioemocionais. Estimular alunos a se mobilizarem por alguma causa importante dentro da realidade deles é propor que se envolvam em ações de cidadania, solidariedade, sustentabilidade, também um meio de transformar o ambiente escolar e de despertar o protagonismo deles. O aluno engajado desta forma é mais consciente do seu papel na sociedade. É o cidadão mobilizado por causas que defende, é a pessoa colaborativa voltada à inovação, proatividade, e não só dentro do ambiente escolar, assim como fora dele.

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A realização de práticas inovadoras na educação não pode ser mensurada apenas por meio da modernização. Os valores humanos precisam estar contemplados. Tanto a tecnologia como a sustentabilidade são imprescindíveis no processo de aprendizagem, mas não suficientes para educar e tornar o estudante o melhor que poderá ser, ou seja, formá-lo cidadão. Para isso, é preciso falar também sobre a inclusão que consiste na adoção e prática diária de conceitos como solidariedade e empatia.

Como exemplo de inovação no ensino vale a pena mencionar neste texto iniciativas como da EMEF Professor Waldir Garcia, localizada em Manaus, no Amazonas, que se destaca por receber alunos estrangeiros vindos do Haiti, Venezuela e até Canadá. Integrar a cultura de outros povos faz parte das ações de inclusão da escola. Por isso, um dos projetos desenvolvidos, explica a diretora Lúcia Cristina Cortez, chama-se “Nos temperos do saber”, em que os pais são trazidos para ensinar receitas típicas aos alunos que são trabalhadas de forma interdisciplinar. Neste processo, os estudantes pesquisam as origens das receitas, vão à feira comprar ingredientes, fazem pesquisa de preço e análise da quantidade dos produtos, com o objetivo de aproximar as famílias da escola, principalmente os estrangeiros.

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