O termo cringe, recentemente viralizado na internet, tem causado discussões fervorosas entre os Millennials (nascidos entre 1980 e 1995) e a Geração Z (entre 1995 e 2010). Depois que a podcaster e influenciadora Carol Rocha questionou no Twitter o que a Geração Z “acha mico” nos Millennials, iniciou-se, assim, um embate geracional. O tema teve uma grande repercussão nas redes sociais com memes e testes para saber se a pessoa é, de fato, cringe.
Com isso, a busca pela gíria no Google foi gigante e algumas definições do que é ter hábitos cringe foram espalhadas pela web, como: tomar café da manhã, usar calça skinny, emojis, hashtag, colocar o cabelo de lado e pagar boleto, Associadas ao mercado de trabalho, as duas gerações têm as suas diferenças bem definidas também e que as empresas devem levar em consideração. Mas ainda sim é possível encontrar características comuns entre elas. Confira a seguir.
Universo cringe: processo seletivo e mercado de trabalho entre as gerações
A expressão cringe, que na tradução para o português significa “encolher-se” ou “sentir vergonha” de algo, também está presente quando o assunto é mercado de trabalho. Ao fazer uma comparação entre as duas gerações, percebe-se que os Millennials costumam buscar o equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho e, por isso, valorizam empregos com horários flexíveis. Já os jovens da Geração Z, que já nasceram hiperconectados, preferem trabalhar de forma mais independente.
Em um processo seletivo, cada geração possui diferentes tipos de comportamento. De acordo com Júlia Pedroso, gerente na Michael Page e Page Personnel, em depoimento para o perfil do Instagram da PageGroup Brasil, a Geração Z ajuda a trazer boas reflexões para empresas e gestores de pessoas sobre o que é ultrapassado. “Eles não querem responder, por exemplo, perguntas sobre estado civil, formação familiar ou se tem vontade de ter filhos. Para eles, esse tipo de abordagem pode evidenciar desigualdade de gênero e vieses machistas”, comenta.
A executiva destaca, ainda, que a Z não gosta de responder sobre como se veem daqui a 10 anos. “Eles visualizam a carreira de um jeito ainda mais flexível e mutável que os Millennials. É a geração mais propensa a não ficar em uma empresa caso se sinta desconfortável”, completa. Dessa forma, para atrair esse profissional para o mercado de trabalho é importante proporcionar um ambiente diverso, inclusivo e que ofereça autonomia e versatilidade, além de apostar em feedbacks frequentes.
A geração dos Millennials, no entanto, chegou para mudar alguns paradigmas no âmbito do trabalho. Para eles, a carreira não é tudo na vida, pois precisam ter tempo também para o lazer, amigos e família. Gostam de tecnologia e, hoje, estão bastante presentes no mundo das startups, levando inovação e praticidade ao que antes era visto como ultrapassado ou tradicional. Por isso, para conquistar os Millennials as empresas precisam ser menos rígidas e dar mais liberdade de criação e trabalho para eles.
As similaridades dos jovens Millennials e Geração Z
Diante desses perfis, como deve funcionar a relação das duas gerações numa mesma empresa? Júlia destaca que, ao contrário do que parece, a Geração Z e os Millennials trabalham juntos de uma forma equilibrada. “As duas buscam carreira e benefícios, valorização da flexibilidade, desejo por propósito e ambição de crescimento rápido, apesar de a Z ter mais ansiedade quanto ao próximo passo. É cada vez mais raro encontrar jovens profissionais que ficam cinco anos na mesma empresa. Isso traz o desafio para o RH de lidar com um turnover acelerado”, explica.
Um processo seletivo é considerado cringe quando o recrutador pede que comprove experiência em vagas de estágio, pergunta sobre o que planeja para a carreira daqui 10 anos, quando a seleção passa por várias etapas até chegar na contratação, ao realizar entrevistas de emprego presenciais em plena pandemia, entre outros. Nesse sentido, as duas gerações se parecem e concordam em alguns aspectos, uma vez que elas possuem períodos longos, como é o caso da Millennials, que passa pelos anos 80 e 90, trazendo algumas características que oscilam entre esses jovens.
Há ainda outros pontos em comum entre as duas gerações. Ambos presenciaram ou já conhecem sobre a síndrome Burnout, que gera exaustão, cansaço e estresse na sua alta potência e geralmente ocasionado pelo excesso de trabalho. Porém, os Millennials são conhecidos como a geração mais sobrecarregada de trabalho.
E você, possui atitudes cringe? As diferenças geracionais são muitas, mas também contam com várias outras em comum. A tecnologia, por exemplo, é uma das ferramentas mais marcantes e presentes no cotidiano desses jovens e são fundamentais na rotina de trabalho. No Blog do Portal Pós, você encontra mais informações sobre Carreira e Mercado de Trabalho que ajudam a se manter atualizado sobre a área, obter dicas, tirar dúvidas e saber como lidar com diversos desafios do mundo corporativo.