Empresa familiar: veja os desafios e como superá-los

peças de quebra-cabeça para ilustrar texto sobre empresa familiar

Apesar do crescimento de novos modelos de negócios e da chegada de companhias multinacionais, a maior parte das organizações no Brasil são tocadas pela mesma família. A empresa familiar é a base na economia mundial, e representa 80% das organizações. No Brasil, dados do IBGE e Sebrae indicam que de cada 10 empresas brasileiras, nove são familiares. 

Em geral tratam-se de negócios passados de pais para filhos, mas qualquer configuração familiar compõe esse tipo de empreendimento. Além disso, os membros da mesma família podem atuar como funcionários, sócios, acionistas e membros da diretoria. 

Engana-se, porém, quem pensa que esse tipo de organização é menor. No Brasil e no mundo, há exemplos de grandes companhias e empreendedores cujas empresas são geridas em formato familiar. Aqui, destaca-se o empresário Abílio Diniz, dono do Grupo Pão de Açúcar, que conta com atuação de seus herdeiros nos negócios. 

No mundo, grandes organizações similares incluem a montadora alemã Volkswagen e a rede de supermercados norte-americana Walmart. 

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Tipos de empresa familiar

Existem diversos modelos que configuram esse tipo de negócio, e afetam como ela é administrada, e até sua relação com o mercado. Confira as principais:

Tradicional

Esse é o formato mais comum, em que a família é a única dona e administradora. Com capital fechado, a gestão e tomada de decisões é limitada aos familiares, que são os únicos que têm posse do negócio. 

Trabalho familiar

Similar ao modelo acima, pode incluir mais membros em cargos e confiança, combinando pessoas que são proprietárias com outros integrantes que fazem parte da gestão. 

Administração familiar

Configura-se como as anteriores, porém aqui a prioridade é a capacitação. Ou seja, os membros da família ainda são os que ocupam os cargos de gestão, mas a escolha é feita com base em seus conhecimentos técnicos. 

Híbridas

Neste modelo, as empresas têm capital aberto e, portanto, contam com a presença de gestores profissionais. Apesar da família ainda ocupar cargos estratégicos, colaboradores de fora do núcleo familiar podem atuar na liderança. 

Influência familiar ou investimento

Também para companhias com capital aberto, nesse caso o controle das ações fica a cargo, majoritariamente, de terceiros, apesar da família ainda assim participar de forma estratégica da tomada de decisões. 

Quais são as características de uma empresa familiar? 

A empresa familiar tem como característica principal membros de uma mesma família como proprietários e em cargos de gestão e diretoria. Ela também reúne dois “mundos”, o familiar e o empresarial, e isso pode apresentar desafios a sua administração. 

Isso significa que é preciso alinhar as relações familiares que, por conta dos laços, podem dificultar decisões de negócios. Portanto, atuar nesse contexto é um desafio que as famílias precisam superar. Confira outros desafios enfrentados pelas empresas familiares e como superá-los:

Perenidade

Há uma preocupação com a perenidade da empresa, ou seja, sua habilidade de permanecer no mercado e continuar crescendo conforme novas gerações assumam sua liderança. Estudos ainda apontam que 70% das empresas familiares não sobrevivem à transição para a segunda geração. 

Com isso, os fundadores e os familiares envolvidos na administração devem pensar em um plano de sucessão que permita facilitar esse processo. 

Conflitos familiares

Não adianta negar: família briga. Por isso, a diretoria e as pessoas em cargos de liderança também precisam encontrar um equilíbrio entre rusgas pessoais e os interesses da empresa. Além disso, quando se trata de gerações distintas, pode haver conflito em relação a como abordar determinado tema. 

O ideal é que os gestores e tomadores de decisão sejam os mais preparados para atuar no cargo e no segmento. Esse processo pode ser contínuo, com os membros se especializando de acordo com suas posições. Isso permitirá que as estratégias e decisões sejam embasadas em conhecimento técnico e de mercado, e oferecerá uma perspectiva mais concreta dos resultados. 

Para quem desejar buscar mais conhecimento, a pós Anhanguera conta com diversas formações, em áreas distintas. Os estudos são feitos no formato EAD e, a partir de quatro meses, já é possível se especializar em temas determinados que estão alinhados com os objetivos da companhia a longo prazo. 

Descentralização

É comum que o proprietário e os familiares no comando acabem acumulando funções. Parte disso se dá para manter o controle, e ainda pois existe uma mentalidade de que deve manter o negócio “em família”. Mas isso acaba dificultando os processos e impedindo o crescimento da organização de forma escalável. 

Mesmo que sigam ocupando esses papéis de liderança, os membros da família precisam desenvolver equipes especializadas em suas áreas, e métodos para que cada um possa se desenvolver de forma a melhorar os indicadores da empresa. 

Como qualquer outro tipo de organização, as informações importantes devem ser compartilhadas de forma transparente, e todos os colaboradores devem ter funções claras, para que possam se desenvolver e entregar o seu melhor. 

Por outro lado, ninguém vai abraçar o conceito de “vestir a camisa” mais do que a família.  A lealdade e a aposta na prosperidade do negócio sempre estarão acima de tudo, gerando oportunidade para tomar decisões e definir estratégias que agreguem valor e garantam a sobrevivência da empresa familiar.  

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