Recentemente, uma pesquisa alarmante revelou que os golpes financeiros envolvendo o Pix, conhecidos popularmente como golpe do Pix, podem gerar prejuízos anuais de até R$ 11 bilhões – tanto para os bancos quanto para consumidores brasileiros – até 2028. A projeção foi feita pela empresa de pagamentos ACI Worldwide, em parceria com a GlobalData.
Em 2023, os golpistas já haviam gerado R$ 2,2 bilhões em fraudes. A previsão é que esse número cresça 30% nos próximos anos. Isso coloca o Brasil no topo das nações mais afetadas entre países como Estados Unidos, Reino Unido, Índia, Austrália e Emirados Árabes Unidos.
Como funciona o golpe do Pix?
Na maioria dos casos, o golpe do Pix se baseia em uma engenharia social feita por golpistas, que manipulam vítimas de forma psicológica para que transfiram dinheiro de forma voluntária, sem perceber que estão sendo enganadas. As abordagens variam, mas acontecem, na maioria das vezes, por meio de redes sociais, chamadas telefônicas ou aplicativos de mensagem.
Explorando a confiança das vítimas, os golpistas convencem de que a transferência precisa ser realizada com urgência. Esse senso de urgência é induzido por falsas promoções, emergências familiares inventadas e muito mais. Nessas situações, o criminoso também trabalha, em alguns casos, para convencer a pessoa a desativar as próprias proteções.
De acordo com a pesquisa que combinou dados internos da GlobalData, informações das fontes oficiais e análise global do mercado feita pela ACI Worldwide, essas são as modalidades de golpes mais comuns:
- Venda de produtos inexistentes (22%): a vítima paga por um produto que nunca receberá, algo inexistente;
- Golpes relacionados a investimentos (21%): promessas enganosas de retorno financeiro levam as vítimas a transferirem valores significativos;
- Pagamentos antecipados (17%): o consumidor transfere dinheiro para garantir um produto ou serviço fraudulento.
Como evitar golpes do Pix?
Para se proteger de fraudes envolvendo o Pix, especialistas recomendam diversas táticas simples, mas eficazes. Confira agora as principais:
Confira todos os dados do destinatário
Antes de fazer qualquer transferência, certifique-se de que o número da chave Pix, CPF ou CNPJ e outros dados estão corretos antes de concluir sua transação.
Não clique em links enviados por desconhecidos
Muitos golpes começam com um link enviado por SMS, WhatsApp ou e-mail. Não clique em qualquer link sem conhecer sua procedência.
Tome cuidado com mensagens que solicitam o envio de dinheiro
Golpistas se passam por familiares, amigos, empresas ou até mesmo instituições financeiras, pedindo transferências urgentes. Se possível, antes de realizar o envio do dinheiro procure entrar em contato com a pessoa para confirmar a solicitação.
Desconfie de promessas de dinheiro fácil
Ofertas que parecem boas demais para serem verdadeiras têm uma grande chance de serem fraudes.
Defina um limite máximo para suas transações Pix
Muitos bancos permitem que você defina limites diários para transferências Pix, o que pode limitar seu prejuízo em casos de golpe.
Ative a verificação de duas etapas e senha no Whatsapp
A verificação em duas etapas e a proteção do WhatsApp com senha dificultam o acesso dos golpistas às suas informações.
Não utilize Wi-Fi público para fazer transações
Quando se trata de conexões de internet públicas, nem todos sabem, mas essas são mais vulneráveis a ataques cibernéticos. Sempre prefira uma rede mais segura, como a sua conexão pessoal, quando for acessar ao aplicativo do banco.
Fique atento com QR Codes falsos
Golpistas criam QR Codes falsos para redirecionar suas transferências para as suas contas ao invés da conta que realmente gostaria de enviar o dinheiro. Verifique se o código realmente está relacionado à pessoa que deseja encaminhar o valor.
Nunca forneça senhas via e-mail ou mensagem
É importante ressaltarmos que nenhuma instituição financeira pede informações mais sensíveis, como as suas senhas, por essas vias. Se pedirem, desconfie imediatamente.
Por fim, se foi procurado por uma instituição financeira e desconfiou do modo como te abordaram, entre em contato pelos canais oficiais. Em caso de dúvida, sempre entre em contato diretamente com o banco pelo número de telefone, site ou chat oficial para confirmar se realmente o contato foi feito pela instituição.
O que devo fazer se eu cair em um golpe do Pix?
Caso você tenha caído no golpe, você deve:
- Entrar em contato com o banco: avise o seu banco imediatamente sobre a transação fraudulenta para que tentem bloquear a operação e te devolver o dinheiro retirado de sua conta;
- Registre um boletim de ocorrência: a denúncia formal é essencial. Além disso, muitos bancos podem exigir o boletim para o reembolso;
- Procure meios de ter seu dinheiro de volta: se o estorno ou outras maneiras de recuperação não forem possíveis, você pode procurar outros meios de reaver seu dinheiro. Dependendo do caso, você poderá, por exemplo, recorrer à Justiça para tentar reverter o prejuízo.
Além dos tradicionais golpes financeiros, como o golpe do Pix, criminosos também têm aplicado fraudes relacionadas a vagas de emprego falsas no WhatsApp. Muitas vítimas acreditam que precisam pagar uma taxa antecipada para ter a oportunidade, e, assim, encaminham valores para os golpistas. Como dito anteriormente, desconfie de ofertas que parecem boas demais e sempre confirme informações antes de qualquer transação.