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Carreira em Pauta

Para ser um bom líder, você precisa antes ser um bom seguidor

A liderança é um dos temas mais abordados em livros, treinamentos e cursos. Basta entrar em uma livraria física ou buscar pela palavra liderança no site de uma livraria virtual para se deparar com centenas de diferentes títulos sobre o tema. Da mesma forma, em uma rápida busca na internet, você encontrará dezenas de cursos, desde os de curta duração até pós-graduações com foco na liderança.

Mas muitos se esquecem que, para sermos bons líderes, precisamos primeiro nos destacarmos como seguidores. Seja porque temos que subir na hierarquia das empresas, seja porque ainda não estamos prontos e não temos as competências necessárias para liderar.

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Liderança não está ligada apenas ao cargo. É possível ser chefe e não ser líder. É possível ser líder sem estar em uma posição de gestão. Para ser um líder, é necessário que outras pessoas escolham segui-lo. Obedecemos a um chefe. Seguimos um líder por nossa própria escolha.

E essa relação entre líderes e seguidores determinará o tamanho das realizações que o grupo alcançará. Se uma relação de respeito e confiança é estabelecida, o grupo construirá grandes resultados. Mas gostaria de olhar essa relação do ponto de vista do seguidor, ou, no caso das empresas, do subordinado.

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Nossas ações e posturas, nossas atitudes são coerentes, com aquilo que esperamos dos nossos líderes? Estamos fazendo o nosso papel nessa equação?

Robert Kelley, em um livro bem à frente de seu tempo, lançado em 1992, chamado de O poder dos seguidoresanalisa os diversos tipos seguidores:

  • Osalienados são críticos e pensam de forma livre. Normalmente não participam de grupos e preferem agir de forma independente. Seu desempenho nas ações do grupo costuma ser mais baixo. São passivos no exercício de suas atividades.
  • Os exemplaresapesar de também apresentarem um pensamento crítico, participam ativamente do grupo e seguem as orientações do líder. Geralmente tem um ótimo desempenho e realizam muito  bem suas atividades, contribuindo com o grupo. Como tem energia e são assertivos, assumem riscos e são solucionadores de problemas.  Em alguns casos, são tão importantes quanto os líderes, pois garantem o foco da equipe na ausência deles.
  • Os conformistassão aqueles que apenas seguem ordens. Se por um lado apresentam um ótimo desempenho de tarefas, não ajudam muito quando o grupo precisa ser inovador e enfrentar novos desafios.
  • Os passivosnão têm pensamento próprio. Esperem que o líder diga como deve pensar e agir. Por isso, precisam ser monitorados constantemente.
  • Os pragmáticos, como o próprio nome diz, não são “encantados” pela figura do líder. Mantém um pensamento crítico que os faz questionar seus líderes. Não é um enfrentamento, mas sim um questionamento. Por isso, seu desempenho costuma ser mediano.

Se desejamos, um dia, sermos bons líderes, precisamos analisar se estamos sendo bons seguidores, assim, podemos identificar se estamos agindo de acordo com o que queremos para nós.

Outro fator fundamental da liderança está ligado à postura ética. Profissionais que não constroem relações pautadas na ética podem até obter sucesso no curto prazo. É possível enganar as pessoas por pouco tempo. Mas no longo prazo, que é o espaço de tempo no qual uma carreira sólida se constrói, as pessoas perceberão a falta de ética e se afastarão deste profissional.

Como manter uma postura ética? É possível ser bem-sucedido sendo ético, em um mundo no qual a maioria das pessoas adota posturas antiéticas e imorais? Ética está relacionada à marca pessoal, ou seja, ao nome e ao reconhecimento profissional de um líder.

Era comum, há alguns anos, que as pessoas tivessem um só emprego durante toda a sua vida. Quem trocava constantemente de emprego era malvisto pelas empresas. Tinha a “carteira suja”, ou seja, existiam vários registros profissionais em sua carteira de trabalho, mostrando que era pouco comprometida com as empresas nas quais trabalhou. Hoje, não só comum como até recomendável que o profissional tenha várias experiências profissionais.

Em um mercado de trabalho em constante mutação, é importante criar uma boa imagem, uma marca pessoal, construída a partir de alguns apoios. Um deles é o relacionamento: um líder precisa construir uma rede de relacionamentos e contar com o apoio informal dos conhecidos e amigos, subordinados e parceiros. O segundo apoio é a competência: o profissional precisa ter conhecimentos, habilidades e atitudes, ou seja, competências que o façam se destacar e ser respeitado profissionalmente. Por fim, a líder precisa se destacar dos outros, precisa ser memorável, diferente.

Esta imagem tem por base a postura ética: não adiantar ser competente, diferenciado e ter bons relacionamentos se o profissional que busca atuar como líder não se guia pelos padrões éticos, ou seja, em uma atuação profissional pautada pela responsabilidade, pela correção, sem prejudicar ou se aproveitar das outras pessoas em benefício próprio.

Quando a oportunidade da liderança surgir, você estará preparado? e principalmente, será reconhecido pela equipe como a escolha correta?

 

Autor: Fabiano Caxito

Mestre em Administração; MBA em Recursos Humanos; MBA em Economia e Finanças. Tem licenciatura em Filosofia e é Pós-graduado em Business Intelligence, Big Data & Analytics; Educação Financeira; Educação Corporativa; Tecnologias EAD; Língua Portuguesa, Filosofia; Antropologia; Sociologia e; Ciências Políticas. Autor de 14 livros, dois deles pela Editora Saraiva. Foi coordenador de cursos de pós-graduação em diversas universidades. Atua como professor de MBA e consultor empresarial. Tem mais de 60 mil seguidores no LinkedIn.

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