As bibliotecas são fontes de conhecimento e contemplação há milhares de anos. Existem registros que duas das mais relevantes eram a de Nínive, datada do século VII, e Alexandria – muito famosa pelo seu incêndio derradeiro. Ambas tinham um grande acervo de placas de argila com escritas e pergaminhos que continham informações que alguns poderosos tentaram esconder ao longo do tempo.
Passados séculos ainda nos maravilhamos com esses espaços capazes de promover transformações sociais e nos mostrar quem somos. Mas quem realmente pode acessar o conteúdo que elas abrigam? A quem elas servem? Foi partindo desses princípios que alguns alunos de Marketing, Administração e Recursos Humanos da unidade Antônio Carlos (em Belo Horizonte – MG) da Faculdade Pitágoras, criaram uma biblioteca social.
Nomeada “Mingote Books”, em homenagem ao professor e coordenador de pós-graduação Wilson Mingote, o espaço veio da ideia inicial de uma “biblioteca flutuante”, onde os estudantes emprestariam os livros entre si. Mas o potencial do projeto era maior. Os envolvidos resolveram elencar os benefícios que poderiam ser estendidos inclusive à comunidade e levaram aos responsáveis da Faculdade.
A ideia foi aprovada pela coordenação e em 2016 um local foi destacado para que a biblioteca começasse a funcionar. Todo o acervo foi constituído de doações e o mobiliário feito de materiais reaproveitados, como paletes e caixotes de madeira. Hoje já constam mais de mil títulos de vários assuntos e até literatura infantil.
“Um dos aspectos mais interessantes diz respeito à maneira como é feito o controle de entradas e saídas de livros: tanto para doações quanto empréstimos não há qualquer registro. São os próprios usuários os responsáveis por deixar as suas doações em uma mesa sinalizada, e são eles também os responsáveis pela retirada e devolução dos livros”, disse Mingote.
Muito além das páginas
Ainda segundo o professor, uma iniciativa dessa diz muito sobre a movimentação dos membros de uma sociedade. “É diante das dificuldades enfrentadas, que moradores de comunidades, carentes de políticas voltadas para o acesso à informação pela força do poder público, se unem em busca da potencialização dos seus próprios recursos, cultura e criatividade de modo a alcançar seu empoderamento. O desenvolvimento de uma biblioteca social, neste contexto, representa um movimento de colaboração e de convivência entre indivíduos plurais, com riqueza de competência cultural e humana, visando o combate à exclusão informacional”.
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