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Curiosidades

Nise da Silveira, a mulher que revolucionou o tratamento psiquiátrico no Brasil

Na década de 1940, quando era comum tratar pacientes internados em manicômios com métodos agressivos como o eletrochoque, camisa de força e lobotomia, Nise da Silveira defendeu formas mais humanizadas de tratamento. Ela quebrou padrões e se tornou a pioneira da reforma psiquiátrica e luta antimanicomial no Brasil.

Nise Magalhães da Silveira nasceu em 1905, em Maceió, e estudou em um colégio de freiras antes de se tornar uma das primeiras mulheres a se formar em medicina no Brasil, em 1931. Durante a graduação, na Faculdade de Medicina da Bahia, ela era a única da sua turma entre 157 homens. Desde o início de sua trajetória, Nise enfrentou o machismo e o preconceito, demonstrando realmente ser uma mulher à frente de seu tempo.

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Foi na faculdade de medicina também que ela conheceu Mário Magalhães da Silveira, seu futuro marido. Juntos, se mudaram para o Rio de Janeiro, onde Nise começou a trabalhar em clínicas e hospitais psiquiátricos, até ser presa após uma denúncia de envolvimento com o comunismo durante o governo Getúlio Vargas, por ter livros que eram considerados subversivos.

Depois de passar 18 meses no cárcere e um período na clandestinidade, Nise foi contratada para trabalhar no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, onde se deparou com formas de tratamento agressivas e desumanas, às quais os doentes mentais eram submetidos.

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PIONEIRA NA TERAPIA OCUPACIONAL

Nise da Silveira fazia forte oposição aos métodos de tratamentos oferecidos no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, e claro que isso criou muitos atritos com seus colegas de trabalho, fazendo com que ela fosse transferida para a ala de Terapia Ocupacional.

Chegando lá, ela se deparou com pacientes abandonados e falta total de recursos. Mas com muito trabalho e ajuda do médico Fábio Sodré, transformou o lugar em uma Seção de Terapêutica Ocupacional. Foi nesse momento que Nise começou a revolucionar o tratamento de doenças mentais. Com o auxílio da então enfermeira, e depois aclamada sambista, Ivone Lara, distribuiu pincéis, tinta e telas para que os clientes – forma pela qual Nise gostava de chamar seus pacientes – pudessem se expressar através da arte. E o resultado foi muito impressionante!

Através das pinturas e esculturas, os esquizofrênicos demonstravam muita criatividade e imaginação. O resultado foi a melhora no comportamento deles e a produção de pinturas que até hoje são consideradas obras de arte. Toda essa expressão artística dos seus pacientes se tornou objeto de muitos estudos científicos, e foram expostos no Museu de Imagens do Inconsciente.

Algumas obras foram expostas no II Congresso Internacional de Psiquiatria, em Zurique, na Suíça, onde ela encontrou Carl Jung pessoalmente, com quem já trocava cartas a respeito da arte produzida no centro psiquiátrico.

Nise também integrou animais ao tratamento terapêutico, depois de perceber que ao cuidar dos cachorros e gatos que ficavam no pátio, seus clientes conseguiam desenvolver vínculos afetivos.

RESPONSÁVEL PELA INTRODUÇÃO DA PSICOLOGIA JUNGIANA NO BRASIL

Foi através das cartas que trocou com Carl Jung que Nise encontrou resposta para as mandalas que estavam sempre presentes nas pinturas de seus clientes. A partir daí, começou uma relação de troca entre os dois nos estudos sobre a esquizofrenia e o tratamento através da terapia ocupacional, que abriu novas perspectivas para o método. Nise também iniciou o Grupo de Estudos C. G. Jung no Brasil e escreveu o livro Jung: Vida e Obra.

A brasileira que revolucionou a psiquiatria faleceu em 1999, aos 94 anos, de insuficiência respiratória. Teve sua história incrível contada no livro Nise- Arqueóloga dos Mares, escrito por Bernardo Horta, e no filme Nise – O coração da Loucura, lançado em 2015, com Glória Pires como protagonista.

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Autor: Equipe Blog Portal Pós

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