O mercado de trabalho tem se transformado rapidamente, o que significa que as principais habilidades que as empresas buscarão até 2027 também são diferentes. Nos próximos anos, veremos a concretização de inovações digitais que devem mudar a forma como as pessoas trabalham, o que significa que os profissionais precisam se atentar às competências necessárias para acompanhar esse processo.
Mas, na prática, o que isso significa para os profissionais? Em primeiro lugar, é importante entender como esse cenário tem se modificado, e novas habilidades se tornaram necessárias em decorrência disso.
Isso porque não se trata apenas de conhecimento técnico, mas também competências no campo cognitivo e emocional. A capacidade de trabalhar em equipe, por exemplo, sempre foi importante e desejada.
Por que as habilidades são importantes?
Porém, hoje em dia isso é levado ainda mais em consideração porque os trabalhos realizados por cada colaborador são mais complexos, as atuações das equipes são mais interligadas e formatos como o modelo híbrido de trabalho fazem com que as pessoas precisem desenvolver uma boa dinâmica em grupo.
Além disso, a maneira como as pessoas se comunicam e até a relação com a liderança mudou e o bem-estar emocional se tornou uma prioridade para garantir que os profissionais tenham bom desempenho.
Já no aspecto mais técnico, não basta estar familiarizado com redes sociais, mas mesmo os setores da empresa que não lidam diretamente com a comunicação precisam estar cientes do papel que elas têm na construção da marca, divulgação de produtos ou capacidade de competir no mercado.
Não é de hoje que um profissional atualizado e sempre bem informado pode se destacar na carreira, mas essas novas habilidades talvez não fossem uma prioridade, ou em alguns casos nem existissem, anos atrás.
E hoje, essas características são indispensáveis para atender às transformações que estão acontecendo e seguirão em andamento até 2027. A data não é aleatória, e sim uma previsão feita pelo Fórum Econômico Mundial através do relatório “Futuro dos Empregos”, publicado em 2023.
O relatório analisa como as macrotendências, bem como a adoção de tecnologia, podem reconfigurar os mercados de trabalho e moldar a demanda por empregos e habilidades no período de 2023 a 2027. A pesquisa foi feita com 803 empresas ao redor do mundo.
Quais habilidades as empresas buscarão até 2027?
Novas tecnologias, como a IA generativa, têm causado grandes debates sobre o papel das pessoas e se as máquinas irão substituir a ação humana. Embora não haja nada que comprove que a ação do ser-humano será obsoleta, é possível afirmar que essas soluções afetam o trabalho, e têm impacto nos empregos.
Segundo o relatório, espera-se que cerca de 23% dos empregos mudem até 2027. Ou seja, certos cargos deixarão de existir, mas outros tendem a surgir com novas demandas. E é por isso que os profissionais precisam se atentar às habilidades em alta, pois é o que garantirá estabilidade e novas oportunidades quando eventualmente essas mudanças ocorrerem nas empresas.
Veja quais são as 10 habilidades que as empresas vão buscar até 2027:
1 – Pensamento analítico
A intuição de uma pessoa é sempre útil, seja na vida pessoal, seja no trabalho, já que ela é formada por uma série de experiências e conhecimentos prévios. Mas quando se trata de tomada de decisões, essa não pode ser a estratégia, simplesmente pois não tem bases analíticas, ou seja, dados, referências e informações que corroborem tal decisão.
Isso significa que, quando recebe uma informação ou é confrontada com certa opinião, a pessoa deve ser capaz de questionar e avaliar a situação com base em dados concretos. Quando se fala em “dados”, porém, não se trata só de números, apesar de fazerem parte.
O pensamento analítico, na verdade, é a capacidade de utilizar informações, incluindo números, mas também experiências que já teve na carreira, métodos testados e aprovados ou reprovados, informações sobre tendências e conhecimento sobre o comportamento de mercado.
Como desenvolver? Leituras e a busca constante por novas informações ajuda o profissional a ter um repertório mais completo que o ajudará a fazer essa avaliação. Além disso, é importante pensar no futuro, ou seja, nas consequências possíveis e desejáveis de certa atividade ou projeto.
2 – Pensamento criativo
De uma forma ou de outra, as pessoas são analíticas, porém nem sempre se atentam ao próprio processo de análise, e o mesmo pode acontecer com a criatividade. Ao contrário do que muitos pensam, a criatividade não é um dom, mas sim um hábito que deve ser exercitado.
É muito comum termos uma “explosão” de criatividade na infância, quando a fantasia é comum e até mesmo incentivada. Porém, conforme as pessoas crescem, isso vai sendo podado, o que diminui sua capacidade de criar, seja por vergonha, seja por medo de julgamento.
Como desenvolver? Comece não tendo medo das suas ideias, e aproveite oportunidades como reuniões ou conversas individuais com gestores para expor soluções. Diferentes fontes de informação, como filmes, séries ou livros que não fazem parte do que está acostumado também ajudam a descobrir novas perspectivas sobre as coisas.
3 – IA e Big Data
Como falamos, as habilidades do futuro incluem conhecimento técnico e competências emocionais. No âmbito técnico, questões relacionadas à tecnologia tendem a transformar todos os setores.
É comum que as pessoas entendam que transformações digitais afetem quem atua diretamente com isso, em cargos relacionados à tecnologia da informação, por exemplo. Mas a realidade é que não se trata apenas de saber codificar uma Inteligência Artificial ou desenvolver uma ferramenta de Big Data, mas também como usar isso em diferentes áreas.
Ferramentas como o ChatGPT facilitaram o uso de IA por qualquer pessoa, e hoje a ferramenta pode contribuir com planejamentos, conteúdos, propostas e outras atividades do dia a dia.
Já o Big Data envolve uma vasta quantidade de informações colhidas na internet e que podem ser relevantes para um negócio.
Como desenvolver? Se familiarizar com os conceitos é o primeiro passo. Faça pesquisas na internet e encontre conteúdos que expliquem melhor cada um, com exemplos de aplicações. No caso da IA, existem diversas ferramentas que são gratuitas, então acesse-as e aprenda a utilizá-las.
Isso, porém, oferece um conhecimento básico sobre o assunto, portanto é importante buscar informações mais aprofundadas através de cursos e livros, entendendo como essas soluções tecnológicas afetam sua área de atuação.
4 – Liderança e influência social
Ser chefe já não significa a mesma coisa que 10 anos atrás. O perfil que ainda existe no imaginário de uma pessoa autoritária, que inspira medo e deixa as pessoas acuadas não serve mais para liderar empresas, simplesmente pois esse comportamento só desmotiva e afeta negativamente o desempenho das pessoas.
O líder de hoje deve ser capaz de dialogar com a equipe de forma a motivá-los e incentivá-los. Além disso, ele é um influenciador, e o grupo tende a se comportar com base na maneira como ele se porta.
Claro que isso também implica em ser capaz de apontar pontos de melhoria e até mesmo administrar conflitos, mas o propósito de um líder deve ser ter uma equipe unida e focada nos resultados, capaz de colaborar e usar as outras habilidades, como pensamento analítico e criatividade, para resolver problemas e inovar.
Como desenvolver? Avalie seu próprio gestor, incluindo o que gosta e não gosta em sua atuação, além de observar profissionais que admira. Pergunte ao RH ou até mesmo às lideranças da empresa quais qualidades eles acreditam que sejam mais relevantes para ocupar o cargo.
Além disso, siga desenvolvendo habilidades comportamentais relacionadas à boa comunicação.
5 – Resiliência, flexibilidade e agilidade
Quando dizemos que o mercado está mudando com rapidez, existe um olhar macro e outro mini, já que no dia a dia, também é preciso entender as mudanças e agir com rapidez para não perder o timing.
Além disso, é preciso entender que essas transformações são inevitáveis e ser capaz de se adaptar é um diferencial que o tornará mais valioso e respeitado no mercado.
Como desenvolver? Comece aceitando essas mudanças e seja proativo. Ao invés de esperar que o chefe ou a empresa peçam algo diferente, entenda as tendências do mercado e já proponha certas inovações.
6 – Curiosidade e aprendizagem contínua
Por falar em proatividade, ela é uma aliada da curiosidade que permite que os profissionais estejam sempre informados e em busca de novos conhecimentos. Ouviu uma expressão em uma reunião que não conhecia ou descobriu que um colega de outra empresa usa um software novo? Não espere até que mais informações cheguem até você, e busque formas de aprender.
Como desenvolver? A curiosidade também é um hábito a ser exercitado. Pesquise mais informações na internet, veja as literaturas disponíveis sobre o tema ou acompanhe palestras e workshops. Além disso, invista em especializações que oferecerão informações aprofundadas sobre tais assuntos.
7 – Alfabetização tecnológica
Se deparar com um termo, rede social, sistema ou conceito digital que ainda não conhece é algo comum. Mas é importante se familiarizar com essas questões, justamente pois elas podem interferir na forma de trabalhar.
Mesmo que não queira estar nas redes sociais, por exemplo, é preciso entender aspectos básicos sobre cada uma, pois pode influenciar diretamente decisões tomadas na empresa.
Como desenvolver? Como falamos, a curiosidade permite pesquisar melhor e tentar entender certas soluções com as quais não está familiarizado, bem como testar novas ferramentas. Além disso, busque se aprofundar com cursos e utilizando essas ferramentas de forma prática em seu dia a dia.
8 – Design e experiência do usuário
Atender clientes de forma eficiente implica em conhecer seus comportamentos e encontrar formas de encontrá-lo onde ele está: a rede social que mais usa, a plataforma que mais acessa, etc.
Tudo isso se molda em uma área da tecnologia que vem crescendo e envolve a criação de experiências específicas para garantir a satisfação dos usuários.
Como desenvolver? A área de design de experiência de usuário, também chamada de UX, envolve diversos conhecimentos específicos e exigem que os profissionais busquem uma capacitação adequada, como cursos ou especializações.
9 – Motivação e autoconsciência
Falamos sobre a importância de líderes que apoiem e motivem os colaboradores, mas a autoconsciência também é uma ferramenta importante para o desenvolvimento profissional. Saber enxergar a si mesmo e entender pontos fortes e fracos ajuda os profissionais a direcionar seus esforços para seguir crescendo na carreira.
Como desenvolver? Comece sendo sincero consigo mesmo, pois mesmo uma habilidade que já domina pode ser aperfeiçoada. Entenda quais características têm mais dificuldade de desenvolver, peça ajuda de colegas ou até mesmo de gestores e busque novos conhecimentos.
10 – Empatia e escuta ativa
Ainda no campo comportamental, a melhor forma de ter uma equipe unida e capaz de colaborar é por meio da empatia. Além de permitir mais inclusão nas empresas, oferece aos colaboradores uma perspectiva mais aprofundada sobre seus colegas, que os ajudará a se entender e colaborar.
Como desenvolver? Procure escutar as pessoas com quem trabalha, entender suas limitações e compartilhe também suas experiências.
Essas são as principais habilidades que as empresas buscarão até 2027. Portanto, invista no autoconhecimento e no crescimento profissional com a pós Anhanguera EAD e prepare-se para se destacar no mercado do futuro.
