Novas tecnologias no processo seletivo

Com o avanço tecnológico sempre em uma crescente gradativa, o esperado é que as ações habituais também evoluam junto à tecnologia. Sendo assim, diversos processos novos foram aplicados ao longo de seleções e, para conversar conosco sobre isso hoje, recebemos Danielle Moreira, gerente de pessoas e cultura na Stefanini com mais de 10 anos de experiência em RH, formada na área, coach profissional e estudante de neurociência.

Continue lendo para saber mais sobre essa conversa repleta de conselhos e super interessante!

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Desafio do home office

Com o início da pandemia do Covid-19, muitas empresas foram forçadas a inovar seus métodos de trabalho, aderindo ao home office e levando dezenas ou até milhares de empregados a trabalharem direto de suas casas. Um dos maiores desafios seria garantir que os trabalhadores possuíssem os recursos necessários para realizar suas tarefas, como uma boa conexão de internet, um dispositivo que propicie essa interação, entre outros fatores.

Por ser uma empresa de enormes proporções, a Stefanini teve que se adaptar ainda mais ao cenário atual e a Danielle falou um pouco sobre esse processo e como eles se reinventaram no princípio de tudo.

“A gente começou na China porque lá temos um time de mais ou menos 400, 500 pessoas e, por ser menor, é mais fácil de mover, de fazer essa estrutura para casa. Como eles começaram já a se estabilizar e voltar do escritório para casa, a gente foi pra Europa, onde temos um volume um pouco maior. Até chegar rapidamente no Brasil”, diz Danielle.

“O primeiro desafio foi ver se todo mundo tinha infraestrutura para operar em casa. Imagina assim, a gente trabalha com vários clientes, você tem uma operação 24/7 que, na verdade, tem uma máquina para dentro de um turno. Como que você faz se tem duas ou três operações, às vezes, para rodar dentro dessa máquina?”, continua.

Danielle revela que eles mantiveram a segurança para acessar as máquinas dos clientes, trabalharam com bastante união e, dentro da empresa, tiveram poucos casos de Covid-19, o que auxiliou bastante a época complexa pela qual todos passaram. Sem experiência com home office, a empresa teve que pesquisar por novas e melhores práticas de gestão para adicionarem ao sistema e, assim, conseguiram aumentar a produtividade e a satisfação do cliente em apenas duas a três semanas de trabalho remoto.

Processo seletivo antes da pandemia

Antes da pandemia, o processo seletivo da Stefanini era parcial online, eles utilizavam recursos como o Zoom e Whereby, mas ainda priorizavam o contato presencial, as pessoas em si, e realizavam a outra parte do processo presencialmente. Até mesmo processos admissionais funcionavam como semipresenciais.

Ainda antes da pandemia, eles estavam realizando testes com um assistente virtual para, com o auxílio da inteligência artificial, buscarem currículos no banco de dados e chegarem a um “match” (combinação) de quem teria o melhor perfil para a vaga. Quando não havia a ajuda desses softwares, a maioria das contratações eram realizadas por meio de uma extensa documentação em papel, com ligações realizadas pelos próprios empregadores e entrevistas totalmente presenciais, o que acabava dificultando esse processo e alongando a admissão.

“O time já vinha se preparando para como esse processo mudaria online, pois a forma que você conversa muda, a atenção que você tem de olhar, também como você deixa o próprio candidato à vontade, tudo isso cria um ambiente seguro para ele. Aqui no nosso time temos uma premissa em que a gente quer tirar essa imagem de entrevista, mas para trazer como um bate-papo, porque você leva a maturidade e a transparência na conversa, mostra quais são as nossas oportunidades e por que você deveria trabalhar com a gente”, completa Danielle.

Inteligência artificial

Tanto dentro quanto fora do meio corporativo, podemos observar a presença frequente de assistentes virtuais que facilitam o dia a dia de cada um. Com processos seletivos não poderia ser diferente, há uma grande atuação dessas ferramentas de inteligência artificial.

“A gente tem uma inteligência, hoje, artificial e cognitiva que é a Sophie, é uma solução dentro do grupo, ele é um produto que identifica as nossas bases, seja o banco de currículos pelo próprio portal de carreiras da Stefanini, seja por outros portais de vagas como LinkedIn”, segundo Danielle, “a Sophie faz o match entre o candidato e a vaga, procura pela palavra-chave dessa vaga e seleciona os que mais combinaram”.

Antes dessa ferramenta, os próprios recrutadores acabavam realizando a formatação dos currículos para os processos seletivos, assim como toda a revisão e avaliação de cada um era realizada sem nenhum auxílio virtual. Agora, com a assistente, essa formatação é automatizada e a tecnologia acelera a forma de comunicação e o procedimento que antes levaria horas para ser realizado.

Palavra-chave e a tecnologia

Não é novidade que diversas ferramentas online aproveitam a palavra-chave de uma pesquisa ou de um texto para poderem classificar a importância e o quão completa é a informação passada em um documento. O mesmo ocorre com softwares utilizados em processos seletivos. Desde a produção de artigos até a pesquisa em bancos de imagens, as palavras-chave chamam muito a atenção por serem imprescindíveis e demandarem maior cuidado caso uma boa colocação seja o foco de quem a utiliza.

Para explicar melhor o conceito de palavra-chave dentro de um currículo de uma forma prática, Danielle exemplifica:

“Imagine que um gestor esteja procurando pessoas que trabalhem com tecnologia de ponta, as mais novas, por exemplo, uma pessoa que tenha conhecimento e experiência com desenvolvimento e linguagem Python. Se no currículo dessa pessoa não estiver escrito uma palavra-chave Python, o nível de experiência, o match não acontece, ele não consegue buscar”.

Portanto, é extremamente importante saber montar seu currículo destacando as palavras-chave da maneira correta, pois isso pode garantir que sua candidatura seja encontrada mais facilmente e obtenha maior visibilidade dentre tantos outros currículos. Saber posicionar sua palavra-chave e colocar informações completas é essencial em qualquer ramo profissional.

Além do que já foi dito, é importante reiterar que uma das qualidades mais valorizadas dentro de um currículo e por parte do candidato é a honestidade. A partir do momento em que a pessoa fala a verdade durante um processo seletivo, as expectativas do recrutador são alinhadas com o perfil do candidato e o gestor tem como saber o que necessita, o que o candidato pode entregar e o que ele pode ajudar o novo empregado a desenvolver.

Novas tecnologias dentro das empresas

A partir do grande desenvolvimento tecnológico, os meios de evolução nas respectivas empresas foram repensados e adaptados à nova era. Por exemplo, surgiram novos cursos para a melhor capacitação dos funcionários dentro da própria empresa, ou seja, as pessoas ainda buscam se desenvolver mesmo já exercendo uma profissão na sua área, o que é muito importante, e a tecnologia pode auxiliar bastante nessa jornada.

“Além de o candidato passar pelo processo seletivo totalmente digital e trabalhar home office, com Playbook (recurso utilizado nas vendas) logo no primeiro dia de trabalho, ele tem todo um acompanhamento que vai acompanhá-lo remotamente e ferramentas que podem auxiliar no desenvolvimento dele”, revela Danielle, apontando métodos utilizados dentro da Stefanini e aproveitados pelos colaboradores, principalmente no momento atual.

“Algumas dessas ferramentas são a Academia Stefanini, em que o colaborador pode ser aluno ou instrutor e participar de cases interessantes, temos também o Mentory, plataforma desenvolvida internamente que serve para a realização da mentoria de forma remota, e o Mapeamento de Talentos, que identifica colaboradores que estão disponíveis para novos desafios ou profissionais que estão com baixa demanda de projetos, por exemplo”, continua.

Quais as competências mais desejadas?

Observamos aspectos extremamente importantes sobre os processos seletivos atuais e o que é utilizado para que eles sejam otimizados, as ferramentas mais frequentes e como elas funcionam. Por meio dessas dicas dadas anteriormente, podemos, então, revelar algumas das competências que são mais desejadas agora que as novas tecnologias nos acompanham ao longo da nossa rotina e que, consequentemente, ficarão mais evidentes no cenário de pós-pandemia.

  • Autogestão dentro e fora do home office
  • Capacidade analítica
  • Autonomia com noção de interdependência na empresa
  • Comunicação e empatia
  • Resiliência
  • Saber evidenciar o conhecimento e experiência em currículos

Com essas dicas de ouro você vai poder garantir seu sucesso em processos seletivos, pois é importante manter em mente que o cenário atual é praticamente dominado por uma fase de recrutamento automatizada e feita por inteligências artificiais. Portanto, lembre-se de aplicar nossas dicas no seu currículo, focar no desenvolvimento com base nesse mundo tecnológico e nos novos desafios para poder aprimorar ainda mais seu desempenho nestes tão comuns processos seletivos virtuais!

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