Como mais mulheres na liderança impulsionam as empresas (e estratégias para alcançá-la)

mulheres na liderança

Você sabia que a participação de mulheres na liderança no Brasil cresceu nos últimos anos? De acordo com uma pesquisa da Grant Thornton, companhia de consultoria e auditoria, a porcentagem passou de 25% em 2019 para 38% em 2023.

Apesar de ainda estarmos distantes do cenário ideal, que engloba desafios como a equidade salarial, esse resultado mostra que tivemos avanços na busca pela igualdade de gênero no mercado de trabalho. Inclusive, ele beneficia não só as mulheres, mas a sociedade, como um todo, e também as próprias empresas, sabia?

Afinal de contas, a inclusão de gênero faz parte dos pilares ESG, que já foi adotado como primordial por boa parte das companhias. Além dos impactos sociais, contar com mais mulheres em cargos de liderança traz resultados ainda mais positivos no mundo corporativo, e é justamente sobre eles que vamos falar hoje.

Para isso, conversamos com lideranças femininas da Cogna Educação, que nos contaram muitos fatos e percepções interessantes sobre os avanços das mulheres no mercado de trabalho.

Os benefícios da liderança feminina nas empresas

1 – Quanto mais diversidade, melhor

Para Deborah Rodrigues, Sócia e Gerente Sênior de Comunicação, quanto mais mulheres assumem cargos de liderança, mais as empresas ganham em diversidade. “Existem estudos que já comprovam a importância da diversidade, de todos os grupos minorizados, no ambiente corporativo, a fim de gerar mais inovação para as empresas”, diz.

Alessandra Fahl, Sócia e Diretora de Operações Acadêmicas, também destaca que há pesquisas que evidenciam que a diversidade de gênero pode tornar as empresas mais inovadoras e respeitadas. “A diversidade de pensamentos e experiências pode levar a uma tomada de decisão mais abrangente, já que considera pontos de vista e perspectivas diferentes”, pontua. 

Afinal de contas, ao adicionar trajetórias e interpretações distintas às posições de liderança, as companhias passam a contar com olhares distintos, capazes de perceber problemas que passavam despercebidos, sugerir soluções inovadoras, melhorar processos e muito mais.

Denise Honorio Andrade, Gerente de Marketing & E-commerce, também concorda com Deborah. Segundo ela, “quanto mais diversificados os times, mais inovação e produtividade, mas não adianta apenas a diversidade, se não houver inclusão”.

O ponto levantado por Denise é fundamental para as empresas, que precisam, além de oferecer cargos de liderança às mulheres, dar todo o suporte necessário para que elas cheguem lá e consigam exercer seus papéis.


Denise Honorio Andrade

“Quanto mais diversificados os times, mais inovação e produtividade”

– Denise Honorio Andrade, Gerente de Marketing & E-commerce

2 – Habilidades e características diferentes para a liderança

Por mais que todos nós sejamos seres humanos, o processo de socialização faz, muitas vezes, que homens e mulheres desenvolvam habilidades e características diferentes entre si.

Todos contam com a mesma capacidade de desenvolver quaisquer pontos, contudo, alguns acabam ficando mais latentes em homens ou mulheres, por conta de tudo o que envolve os papéis de gênero na sociedade.

Como resultado, as lideranças femininas podem ter características bem diferentes das lideranças masculinas, impactando positivamente o dia a dia dos colaboradores. Alguns exemplos mencionados por Deborah são a empatia, cooperação e humanização das relações, “sendo assim uma importante composição para as empresas que buscam se destacar em seus segmentos”, explica.

Outros pontos também foram levantados por Carla Vanessa Biazon Rodrigues. De acordo com a Gerente de Relacionamento Comercial, vale a pena destacar o desenvolvimento de conexões e as competências criativas. “Por criarem muitas conexões, elas estimulam todos a jogarem para vencer. O objetivo é o resultado positivo, e elas estimulam todas as habilidades em seus times.”

Alessandra ainda destaca que habilidades de colaboração, flexibilidade, comunicação eficaz, escrita e organização estão entre as competências essenciais para uma boa gestão. “Resiliência, empatia, cooperação, orientação para as pessoas e visão também são características-chave da liderança feminina e estão contribuindo para o sucesso das empresas”, ressalta. 


Alessandra Fahl

“Resiliência, empatia, cooperação, orientação para as pessoas e visão são características-chave da liderança feminina”

– Alessandra Fahl, Sócia e Diretora de Operações Acadêmicas

3 – Eficácia no desempenho financeiro

Sabia que o número de mulheres líderes está diretamente relacionado com os resultados financeiros das empresas? Carla relembrou que, de acordo com o relatório Read-Now Leaders, da ONG Conference Board, “organizações com pelo menos 30% de mulheres em cargos de liderança possuem mais chance de estarem entre as melhores em desempenho financeiro.”

Ou seja, a liderança feminina pode ser considerada mais eficaz, o que é mais um ponto positivo para as empresas. Alessandra concorda e, conforme destaca, “a liderança feminina impacta positivamente as empresas em muitos aspectos, sejam eles relacionados à rentabilidade, ao clima organizacional ou ao engajamento.”

4 – Reconhecimento de empresas que são comprometidas com o ESG

Você já sabe que a imagem e a reputação das empresas são ativos valiosos em todos os setores, certo? Por isso, com a popularização do ESG, é ainda mais importante garantir que as companhias estão alinhadas com seus pilares, que incluem a equidade de gênero.

“Os clientes e consumidores cada vez mais têm preferência por marcas que estão ancoradas em modelos de governança ESG, o que ajuda a construir imagem e reputação para as companhias, além de melhorar o relacionamento com stakeholders instituicionais”, explica Deborah.

Ou seja, ter mais mulheres em lideranças e genuinamente se preocupar com a inclusão das mulheres funciona como um “efeito cascata” cíclico. Os benefícios citados acima impactam diretamente os resultados, mostram que a empresa é moderna e comprometida com o ESG e trazem ainda mais pontos positivos para todos.

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Mulheres na liderança: dicas para chegar lá

Depois de conferir os benefícios, talvez você esteja se questionando, como profissional, o que pode fazer para atingir cargos de liderança, não é mesmo?

Por isso, as líderes da Cogna Educação deixaram recomendações valiosas para vocês. Confira algumas dicas abaixo e comece agora mesmo a se preparar.

1 – Invista em soft skills

Um ponto ressaltado por Deborah Rodrigues, Sócia e Gerente Sênior de Comunicação, é a importância das soft skills. As competências comportamentais fazem toda a diferença em qualquer nível hierárquico. Contudo, seu peso é ainda maior para líderes.

“Vejo que um diferencial para mulheres que querem assumir posição de liderança em ambientes corporativos é investir no desenvolvimento de soft skills, como resiliência, senso de dono, autorresponsabilidade, alta performance e em como influenciar pessoas pelo exemplo e entrega”, comenta. Além disso, recomenda o desenvolvimento de maturidade, que é essencial para manter a saúde dos relacionamentos profissionais.

Para completar as dicas, Denise Honorio Andrade, Gerente de Marketing & E-commerce, destaca a empatia como soft skill fundamental às mulheres líderes. “Para alimentar a confiança, conexão e colaboração entre as pessoas”, detalha.

Segundo Alessandra Fahl, Sócia e Diretora de Operações Acadêmicas, a comunicação assertiva e persuasiva te ajudará nessa jornada, mas você não pode esquecer de desenvolver a escuta ativa. Isso porque “a liderança que a pratica evidencia um interesse genuíno para entender o que o liderado está tentando expressar e isso é o que vai te diferenciar de outros líderes”

Alessandra ainda pontua que, junto com o cargo de liderança, vem muitas responsabilidades que trazem desafios e momentos difíceis. Por isso, ser resiliente ajuda a superar os obstáculos e continuar avançando em direção aos seus objetivos.


Deborah Rodrigues

“Vejo que um diferencial para mulheres que querem assumir posição de liderança em ambientes corporativos é investir no desenvolvimento de soft skills, como resiliência e senso de dono”

– Deborah Rodrigues, Sócia e Gerente Sênior de Comunicação

2 – Trabalhe o autoconhecimento e a autoconfiança

Falando em soft skills, duas delas foram unânimes na opinião das líderes da Cogna Educação: a autoconfiança e o autoconhecimento.

“Acredite em você. Sua história e todo repertório adquirido ao longo da trajetória são objetos riquíssimos para esta posição. Quando a autoconfiança está em alta, nenhum obstáculo é grande suficiente.” Essa é a dica de Carla Vanessa Biazon Rodrigues, Gerente de Relacionamento Comercial, reforçada pelas outras líderes entrevistadas.

Para Deborah, o autoconhecimento “é mais do que necessário”, principalmente para que os imprevistos e contratempos do cotidiano de líder não impactam negativamente o seu dia a dia. Denise concorda e ainda adiciona: “o processo de autoconhecimento me ajuda diariamente a entender meus limites e a superá-los.”

3 – Nunca deixe de se capacitar e atualizar

Manter-se atualizada em sua área de trabalho faz toda a diferença em qualquer situação, não é mesmo? Isso, por exemplo, abre portas ao comprovar que você é uma profissional diferenciada, sendo especialmente importante quando falamos em cargos de liderança.

Para Carla, é importante se capacitar, buscar informações sobre o seu e outros negócios, acompanhar o mercado e todas as tendências e novidades. “Conhecimento abre a sua mente, aumenta a criatividade e traz mais eficiência para a tomada de decisões,” explica.

Denise concorda completamente com a colega e ainda ressalta que o aprendizado contínuo é imprescindível. “Sempre estude, se recicle e inove, seja por meio de leituras, seja com podcasts, networking ou trocas em comunidades nas redes sociais.”


Carla Vanessa Biazon Rodrigues

“Conhecimento abre a sua mente, aumenta a criatividade e traz mais eficiência para a tomada de decisões”

– Carla Vanessa Biazon Rodrigues, Gerente de Relacionamento Comercial

4 – Equilibre a vida pessoal com a profissional

Alessandra destaca que “uma boa líder precisa estar com a saúde mental em dia”. Por isso, é importante equilibrar a vida pessoal com a profissional. Conforme explica, “a sobrecarga da mulher é uma triste realidade e a posição de liderança coloca ainda mais pressão nesse quesito, afinal, dar conta da casa, dos filhos e do trabalho requer uma gestão do tempo rigorosa.”

“Por outro lado, ter uma rede de apoio e não se frustrar quando não der conta de tudo (e isso é normal!) também são importantes. Seja confiante”, completa.

5 – Coloque o networking em primeiro lugar

O mercado de trabalho não é um jogo simples para ninguém, independente do gênero. Contudo, ele pode ser ainda mais complexo para mulheres que almejam cargos altos. Sendo assim, você precisa usar todas as ferramentas que estiverem a seu alcance, incluindo o bom e velho networking.

Segundo Carla, vale a pena investir em relacionamentos em todos os níveis, já que “trocas sempre geram repertório e insights preciosos para tomadas de decisão.”

6 – Tenha mentores de carreira

Por fim, nunca se esqueça que ter mentores de carreira pode ser valioso, especialmente quando se é mulher. Contar com a experiência e o conhecimento de profissionais que já passaram pela mesma jornada que você para se tornarem mulheres na liderança é fundamental, e a última dica de Denise. “No meu processo, foi muito importante ter mentores e líderes que, além de me inspirarem, contribuíram na minha formação”, diz.

Para completar, Alessandra pontua que, durante essa jornada, é válido se inspirar em mulheres que você admira. “Isso poderá te gerar muitos insights valiosos e muita confiança para definir seu próprio modelo de liderança”, finaliza.

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