Neste momento em que lidamos com o avanço de uma pandemia, é impossível não relembrar de um dos principais nomes da enfermagem moderna: Florence Nightingale, a primeira enfermeira profissional da história.
Para entender bem esta história, é necessário voltar no século 19, e entender quais eram as lutas feministas neste cenário por melhores condições de trabalho, direito à educação, voto e matrimônio. Dentro dele encontramos Florence.
Lutas
Até chegar a ser reconhecida como a primeira enfermeira profissional da história, Florence passou por vários momentos que foram cruciais para a construção do seu legado na área da saúde. Da educação inicial com aulas de história, filosofia, matemática e estatística até ter a permissão e a confiança de seus pais para seguir os estudos em matemática e posteriormente em estatísticas hospitalares, dedicando sua atenção aos cuidados com os pobres, doentes e desvalidos, para amenizar o sofrimento.
No entanto, em uma época em que era natural que mulheres se formassem como professoras e dedicassem a vida ao matrimônio, as atitudes de Florence não eram vistas como um marco histórico, mas sim como rebeldia, fazendo com que o desenvolvimento de sua formação ocorresse em asilos e internatos.
Educação e Enfermagem
Após trabalhar em um internato, Florence recebeu o convite do Governo britânico para assumir a chefia do corpo de Enfermagem do exército britânico na Turquia. Alarmada com o alto índice de mortalidade causado pelo tifo e pela cólera, concluiu que as doenças hospitalares estavam matando mais do que os campos de batalha. Ao organizar os registros e estatísticas no mês a mês, Florence provou que a adoção de práticas de higiene, como lavar as mãos entre um paciente e outro, reduziu em 70% o número de mortes por infecção.
Nesta época, Florence já mostrava uma percepção que ia além do seu tempo, sugerindo por variadas vezes que atividades como leituras, conversas e redação para os soldados feridos, reduziam o risco de tédio ou vícios como alcoolismo.
Em 1856, com o fim da batalha, Florence retornou para Londres e continuou sua busca por humanização e higiene no atendimento hospitalar. Nesse período, Florence publicou o seu primeiro livro “Notas sobre Enfermagem”, no qual abordava dicas para promover um ambiente saudável em casa. A publicação do livro incentivou a criação da Comissão Real de Saúde do Exército.
Alguns anos após o fim da guerra, após apresentar estudos que comprovaram que soldados morriam mais em virtude de doenças do que propriamente a guerra, a enfermeira britânica foi admitida no London Statistical Society, tornando-se então a primeira mulher a ser admitida nesta organização.
Em 1860, Florence fundou a Escola de Treinamento Nightingale para enfermeiras no hospital St. Thomas em Londres, que é considerado um importante marco para a história da enfermagem contemporânea. No ano seguinte, Florence desenvolveu um programa de treinamento para parteiras no hospital do King’s College.
Seu protagonismo na área de enfermagem foi reconhecido, e em 1883, Florence recebeu a Cruz Vermelha Real da rainha Vitória, e quase 20 anos depois, se tornou a primeira mulher a receber a Ordem do Mérito.
Você pode encontrar mais informações sobre a pioneira da enfermagem no livro ‘Notes on Nursing’, um guia com dicas não para te ensinar a ser enfermeiro, mas para ajudar na prática de tratar os outros.
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