Há algumas edições, a premiação mais aguardada do cinema, vem se tornando cada vez mais diversa e abandonando as tradicionais indicações hollywoodianas. No Oscar 2021, ficou evidente que a academia decidiu dar um passo mais largo em direção à inclusão e diversidade, indicando e premiando uma quantidade inédita de mulheres e pessoas não-brancas.
Em consequência do movimento #OscarSoWhite, que ganhou força em 2016, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou, em 2020, novos requisitos para indicação de “Melhor Filme”. As diretrizes incluem representatividade de temas e narrativas, desenvolvimento de público e acesso de oportunidades na indústria cinematográfica.
A iniciativa abriu espaço para produções que rompem com as indicações tradicionais, marcando a última edição como o “Oscar das primeiras vezes”. Apenas o início de um longo caminho mais diverso. A seguir, você confere algumas produções que se destacaram dentro dos novos requisitos.
Produções que se destacaram no Oscar 2021
Judas e o Messias Negro
O longa conta a trajetória e assassinato do ativista Fred Hampton, um dos líderes dos Panteras Negras. A narrativa envolvente fala sobre traição, racismo e violência. Um drama real que mudou o curso da história de movimentos negros nos Estados Unidos.
Essa foi a primeira produção totalmente feita por pessoas pretas indicada ao Oscar. O filme recebeu duas indicações para Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Filme, Melhor Roteiro Original e Melhor Fotografia.
Estatuetas: Melhor ator coadjuvante para Daniel Kaluuya
Bela Vingança
Promising Young Man (no original) foi um dos filmes mais polêmicos da edição, recebendo cinco indicações ao prêmio: Melhor Roteiro Original, Melhor Filme, Melhor Atriz, Melhor Montagem e Melhor Diretor.
Essa é a trajetória brutal de Cassie, uma garçonete e ex-estudante de medicina frustrada, que se faz de isca para homens oportunistas e assediadores. Entretanto, um encontro inesperado muda o rumo da narrativa e presenteia o espectador com um final surpreendente.
Estatuetas: Melhor roteiro original para Emerald Fennell.
Minari
A narrativa se passa em meados dos anos 80. Minari retrata o cotidiano de uma família coreana recém-chegada a uma fazenda no Arkansas, nos EUA. O roteiro ganha um brilho especial com a chegada de mias uma integrante, nada convencional na família: a avó, que veio para ajudar na criação das crianças.
Minari recebeu 6 indicações: Melhor atriz coadjuvante, Melhor Ator, Melhor Diretor, Melhor Filme, Melhor Roteiro Original e Melhor Trilha Sonora Original.
Estatuetas: Melhor atriz coadjuvante para Yoon Yeo-jeong.
O Som do Silêncio
Em um raro destaque às narrativas PCD, o longa-metragem conta a história de um baterista que perde a audição subitamente. Viciado em drogas, ele se muda para uma comunidade de reabilitação.
Um dos principais destaques da produção, que garantiu uma das estatuetas ao filme, foi o design de som. Para narrar a perda auditiva do personagem principal foram inseridos chiados, distorções e ruídos. Os efeitos permitem que o espectador sinta a agonia do personagem e se conecte ainda mais com a história.
As indicações: Melhor Montagem, Melhor Filme, Melhor Som, Melhor Roteiro Original, Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante.
Estatuetas: Melhor Som para Michelle Couttolenc e Melhor Montagem para Mikkel E. G. Nielsen.
Marcada como a primeira edição do Oscar a consolidar a tendência de diversidade e inclusão. A premiação garantiu um sucesso de narrativas plurais, abrindo caminhos para um futuro com mais esperança aos amantes da 7° arte. Vale a pena maratonar as produções do Oscar 2021 e se inspirar com as histórias.
Conhece alguma dessas produções? Conte aqui pra gente nos comentários!