Você, a Inteligência Emocional e o Mercado de Trabalho

Vivemos a Era do Conhecimento, em que a velocidade da informação está a um clique de distância e cada vez mais nos deparamos com situações desafiadoras que necessitam de diferentes habilidades, ou, como difundido hoje, precisamos de Hard e Soft Skills para vencer os desafios e ter sucesso na vida.

A realidade do mercado de trabalho não é diferente desse cenário, já que apresenta alta concorrência e processos de seleção cada vez mais complexos. Poucas décadas atrás, as contratações e/ou promoções eram basicamente relacionadas às Hard Skills (habilidades técnicas do candidato).

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Porém, com a própria mudança da sociedade e das relações humanas, as Soft Skills (habilidades sociocomportamentais) passaram a ter grande importância nesse processo, ganhando assim destaque e sendo um diferencial na escolha dos avaliadores e gestores em processo seletivo. Entre essas habilidades, certamente a inteligência emocional figura-se entre as principais, pois ela abrange uma série de componentes que influenciam outras habilidades do candidato.

Mesmo estando presente em vários artigos, debates e palestras, infelizmente poucos profissionais sabem de fato o que é inteligência emocional e como desenvolvê-la. Inclusive, existem pessoas que acreditam não ter inteligência emocional, o que dificulta ainda mais a compreensão deste conceito e, por fim, o entendimento de como essa habilidade impacta no ambiente de trabalho.

Pilares da inteligência emocional

A inteligência emocional envolve 5 principais pilares:

(1º) Autoconsciência – é a capacidade de reconhecer as emoções em si, sendo que esse pilar se trata de perceber a emoção e não de controlá-la, pois, na verdade, devemos controlar como reagimos à emoção no momento que ela surge;

(2º) Lidar com suas emoções – é a capacidade de reagir de forma apropriada à emoção;

(3º) Motivação – a automotivação é essencial para atingimento de metas e desenvolvimento pessoal;

(4º) Reconhecer emoções nos outros – habilidade relacionada diretamente com a empatia;

(5º) Lidar com relacionamentos – a junção dos pilares anteriores relaciona-se com essa habilidade, que é fundamental para líderes e liderados.

Perceba que esses pilares fazem parte, quase que diariamente, do ambiente de trabalho e o bom uso deles podem gerar excelentes resultados individuais e consequentemente para as equipes de trabalho.

Tendo como base esses conceitos, fica evidente que é impossível um profissional não ter inteligência emocional, porém apresentar essa habilidade de forma eficiente é o que pode diferenciar um candidato ser escolhido ou não no processo seletivo. Dessa forma, mais importante que entender a inteligência emocional é saber que você pode desenvolvê-la e assim ter maior sucesso no mercado de trabalho.

A autoconsciência e o modo como o profissional lida com as emoções estão intimamente ligados ao reconhecimento delas, sendo muito importante o reconhecimento dos gatilhos que provocam o aparecimento das emoções. Dessa forma, é possível iniciar o controle da forma como reagimos, permitindo o ajuste comportamental em cada momento adequadamente.

Banner do e-book A importância de trabalhar a inteligência emocional no dia a dia

Seria, por exemplo, o famoso momento de contar até dez, antes de tomar uma atitude no momento de ansiedade ou estresse, para que a resposta no momento te coloque em uma situação favorável à resolução de um problema ou para atingir objetivos desejados.

Saber canalizar as emoções em busca de automotivação é um grande desafio, mas também é fundamental para manutenção das ações que levarão os profissionais ao sucesso. Muitas vezes, a ansiedade por resultados rápidos dificulta a manutenção da motivação por mais tempo.

Sendo assim, o profissional precisa sempre ter clareza das metas, objetivos e propósitos que busca, para conseguir reconhecer no trabalho diário a realização de ações direcionadas para este fim, mantendo-se motivado por dias, semanas, meses ou mais. Um exemplo clássico pode ser visto no esporte de alto rendimento, em que o segredo da vitória não está no momento do jogo, mas sim nas várias horas de treino que precedem o evento.

Para muitas pessoas o 4º pilar pode ser o mais desafiador, pois não se trata apenas de fatores internos ao indivíduo, mas também de olhar o outro e reconhecer nele as emoções. Essa habilidade está intimamente ligada à empatia, e desenvolvê-la é crucial para o último pilar (relacionamento), pois o ambiente de trabalho será sempre composto por pessoas diversas, com histórias distintas e experiências únicas, que resultam em visões de mundo diferentes.

Vários aspectos envolvem o desenvolvimento da empatia, entre eles está a escuta ativa, com foco no outro, sem julgamento e demonstrando interesse pela pessoa, estando inclusive aberto à mudança de opinião. Atualmente, muitos profissionais encaram um momento de divergência como sendo um combate de opiniões, sendo um lado certo e outro errado, o que gera muito atrito no ambiente de trabalho, principalmente em reuniões.

É justamente neste momento que a empatia pode auxiliar as equipes, pois não necessariamente as opiniões estão certas ou erradas. São apenas opiniões de pessoas com visões diferentes daquele tema e que podem ser somadas em prol do sucesso da equipe.

Saiba que a escolha de desenvolver ou não a inteligência emocional é uma decisão individual, mas o resultado desta escolha vai reverberar em todos que estão à sua volta. Pense nisso.

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