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Mercado de Trabalho

Cultura organizacional: como sua marca reverbera para seu público a partir de estratégias internas

Entre os profissionais que trabalham nas áreas de comunicação ou marketing de uma empresa, há um consenso de que as estratégias de como tornar a companhia ou seu produto mais conhecido, devem se pautar em tudo que é feito com mais frequência no mercado e por empresas que são muito conhecidas.

É comum observar profissionais sem estudo aprofundado ou até mesmo profissionais de outras áreas, defendam o conceito de que o efetivo é copiar a mesma ideia de comercial que uma grande marca alimentícia teve ou até fazer alguma ação grandiosa em um shopping, por exemplo.

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Contudo, replicar esse tipo de estratégia mostra o quão distante os profissionais dessa área estão de entender sobre comunicação, branding, marketing e sobre o próprio produto ou serviço que oferecem. Conhecer bem os conceitos dessas áreas de conhecimento é fundamental para que a estratégia desenhada seja algo que faça sentido para a sua realidade, ou seja, algo que funcione para o seu produto e que “chame a atenção” do público-alvo.

Não é necessário que uma campanha de marketing tenha como objetivo atingir o máximo de pessoas possível, até porque sempre há um público que tem mais afinidade com seu propósito como marca e com os valores que externaliza.

Contudo, mais importante do que conhecer os conceitos de marketing que serão aplicados, é preciso compreender muito bem a marca na qual irá aplicá-los. E aqui, por marca, não me refiro apenas a algo externo, a um logotipo ou um anúncio. Marca é todo o conjunto de características que dão identidade ao seu produto ou serviço, sejam elas atributos funcionais ou emocionais.

Este conjunto de características nem sempre são elementos mais visíveis externamente ou construídos ao longo da comunicação. É comum que se considere apenas dentro deste grupo, elementos como a identidade visual, uma embalagem, um anúncio digital, publicações de redes sociais e outros elementos que ficam apenas uma camada externa. Mas a marca possui diversas outras camadas que compõem esse conjunto de atributos.

De um lado mais externo, podemos observar todos estes elementos citados anteriormente. Todo tipo de material, discurso ou ação que fale diretamente com o público no qual a marca quer atingir, entra nessa camada.

Leia também: A importância do branding em todos os setores do mercado

No lado oposto dessa camada externa, há uma parte do Branding que normalmente é ignorada pelas estratégias de marca ou fica apenas à cargo das áreas de Recursos Humanos e Cultura Organizacional. Essa camada diz respeito à como a companhia como um todo vive e respira tudo que ela comunica para seu público interno.

Muitas empresas vendem para seu público um discurso que se encaixa exatamente no que ele busca, parecendo a promessa perfeita e a melhor escolha diante da concorrência. Todos dizem ter o melhor preço, o melhor produto, mas será que realmente são melhores em tudo? Além disso, nem sempre esse discurso reflete o que é vivido internamente e isso pode gerar uma série de ruídos de comunicação além de uma certa rejeição da marca pelo seu público.

Para entender melhor, vamos exemplificar uma situação. Você trabalha em uma empresa que oferece serviços de assistência técnica de computadores à domicílio e a sua marca promete para o público ser responsável por facilitar a sua vida. A marca sempre comunica que seu objetivo é não deixar que a vida da pessoa pare ou que ela fique com atrasos e problemas por estar sem acesso à tecnologia que precisa no dia a dia. É uma ótima promessa de marca e vai muito além do que apenas “consertar computadores”.

Ainda dentro deste exemplo, vamos olhar para o cenário interno da empresa. Vamos supor que você trabalhe no recebimento das solicitações de serviço de reparo e que hoje, você recebeu uma solicitação de um cliente de longa data que tem uma urgência e precisa do seu equipamento até o final do dia. Mas coincidentemente, o sistema da empresa está fora do ar e por isso você informa à este cliente que não será possível atender à sua solicitação no mesmo dia. Descontente com o desfecho da situação, este cliente entra em contato com o seu superior para fazer uma reclamação, o que por consequência gerou uma advertência para você.

Diante desse exemplo, conseguimos observar que o que a empresa promete para o público de fora, não é o que acontece dentro. Se o propósito da empresa é tornar a vida das pessoas mais fácil e não deixar que a ausência temporária da tecnologia afete seu dia a dia, por quê a empresa permite que isso ocorra do lado de dentro também, com seus funcionários? E pior ainda, permite que qualquer tipo de imprevisto gere desconforto interno (que gera desmotivação e outros problemas de cultura interna).

Esse exemplo serve para mostrar como a preocupação em vivenciar a cultura da empresa é algo que também deve ser priorizado pelo setor de comunicação. Viver uma realidade diferente do que se coloca para o mercado, cria uma ficção que cedo ou tarde será descoberta. Basta uma breve pesquisa na internet para que você possa saber mais sobre cases de Branding que não deram certo, justamente porque a empresa pregava algo que não era a realidade no seu dia a dia.

Voltando para o exemplo, uma solução de estratégia interna que mostraria que a empresa se preocupa em manter vivo seu posicionamento e que seu propósito vale tanto para seus clientes como para seus funcionários. Como, por exemplo, cursos de capacitação para que os funcionários tenham mais autonomia para resolver problemas tecnológicos, investimento em tecnologia e planos de contingência, criação de novos direcionais de atendimento, entre outras estratégias que mostram sua preocupação em facilitar a vida do cliente e, por consequência, do colaborador.

Estratégias de comunicação internas não estão pautadas apenas em ações de datas comemorativas, um e-mail de feliz aniversário ou presente no natal. Vai muito além. É sobre viver isso todos os dias e fazer com que o motivo pelo qual a marca existe, seja motor para todo o trabalho que é realizado dentro ou fora da empresa.

E para saber melhor como construir essas estratégias e conhecer a fundo a sua marca, o melhor caminho é aperfeiçoar seus estudos em Branding (Gestão de Marcas) e colocá-los em prática em todas as ações do seu dia a dia. Mesmo que você não atue com comunicação, é de extrema importância para seu crescimento profissional e pessoal, pois uma vez que o negócio cresce, você cresce junto.

Espero que tenha gostado da leitura e nos vemos em breve!

Autor: Raissa Couto

Formada em Design Gráfico e atuante na área por mais de 10 anos, especialista e constante estudiosa de Branding. Pós-Graduada em New Branding Innovation pela Rio Branco e em Design Instrucional pela Anhanguera. Especialista em Branding Aplicado pela LAJE (escola de estudos da empresa Ana Couto Branding), possui diversos projetos de gestão de marcas e Design nos setores de educação, alimentação, entretenimento, indústria e outros.

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